Thursday, December 20, 2007

Fora da Igreja há salvação...em Cristo

Este ensaio prima por analizar se é coerente ou não uma instituição dentro do cristianismo clamar ser um medium de salvação ou deter exclusividade como Igreja visível de Cristo.

Defino a doutrina de exclusivismo religioso como a necessidade de pertencer à uma denominação específica, que se deixando-a, ameaça seu estado de salvação.

Eu creio que minha denominação é certa em seu propósito e doutrina, mas isso não implica que ela seja “a única” senhora da verdade. Aliás, pensar assim seria uma lógica pobre.

A eleição de um grupo por parte de Deus sempre foi através de pactos, assim foi com os hebreus com Abraão e com todas nações em Cristo Jesus. Se, uma denominação querer exclusividade requereria um novo pacto especial. Consciente dessa necessidade conceptual, alguns tentam estabelecer isso. O catolicismo romano por meios da doutrina da sucessão apóstolica episcopal almeja ligar-se ao sacrifício de Cristo na cruz, mas seu respaldo histórico é fraco, como também são mais ainda grupos batistas landmarquistas e outros que crêem em uma sucessão subterrânea por meio de seitas marginais. Outros como os Mórmons ou Iglesia Ni Kristo proclamam um novo pacto e revelação através da figura de um líder carismático.

Sendo poderável, teve outro pacto estabelecido com a humanidade desde que Jesus Cristo ofereceu o pacto perfeito?

A prentensão de limitar a atuação divina à uma denominação é criar um ídolo tribal. É uma idéia ridícula que perverte à própria mensagem de Jesus Cristo, que rejeitou a tese de salvação por afiliação ou associação. “Não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Mat 3:9).

È explicável a atitude prevalente no Brasil, onde um substrato católico romana que pregava que fora da igreja (católica) não há salvação, a pergunta é “qual sua igreja?” ou ainda “qual é a igreja verdadeira?”. Enquanto nos países de língua inglesa a questão é “are you born- again?”.

No Brasil o indivíduo só existe se afiliado à alguma organização: depende de qual é o seu time de futebol, família, padrinho político, onde trabalha, sua posição social, de que partido que é simpatizante, etc...

Infelizmente transplantaram essa mentalidade bairrista para o denominacionalismo tupiniquim. Claro que isso não é uma exclusividade brasileira, mas é tipico em sociedades de fermentação sectárias, como a Inglaterra do século XVIII (era dos puritanos, quakers, ranters, familianistas, levellers, diggers, e outros grupos com nomes engraçados).

Se uma igreja (nota bene o “i” minisculo) não morreu por alguém, como pode expiar pecados?

Se uma igreja não estabeleceu um pacto com Deus, salvo o pacto universal da Graça, pode ela clamar exclusividade?

Não é melhor fazer o objeto de nossa fé em Cristo?

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